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Hariri aparece no aeroporto de Riad recebendo rei saudita
O primeiro-ministro libanês renunciou há uma semana durante uma viagem pela Arábia Saudita. O fato gerou desconcerto no Líbano e aumentou a tensão entre Riad e Teerã, apoiador do grupo xiita libanês Hezbollah.
- / - G1 / FolhaMT
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A rede de TV oficial da Arábia Saudita exibiu neste domingo (12) imagens do primeiro-ministro do Líbano que renunciou, Saad Hariri, no Aeroporto de Riad recebendo o rei Salman bin Abdul Aziz al Saud na volta de uma viagem à cidade santa de Medina.
Hariri, que vários grupos políticos libaneses afirmam estar detido na Arábia Saudita, cumprimentou o monarca com um aperto de mão, que foi retribuído com um sorriso do rei.
O primeiro-ministro libanês renunciou há uma semana durante uma viagem pela Arábia Saudita. O fato gerou desconcerto no Líbano e aumentou a tensão entre os Executivos em Riad e Teerã, apoiador do grupo xiita libanês Hezbollah.
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O presidente do Líbano, Michel Aoun, voltou a dizer no sábado que ainda não tomou uma decisão sobre se aceita ou não a renúncia de Hariri que, no discurso de solicitação, denunciou a existência de um plano para assassiná-lo e acusou o Irã de interferir nos assuntos do governo e na vida política do país.
Na sexta, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, acusou diretamente o Executivo em Riad de ter detido o político e proibi-lo de voltar a Beirute.
No sábado, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu para que não se aumente a tensão entre a Arábia Saudita e o Irã e que se evite um novo conflito no Oriente Médio.
Pedidos que Hariri volte ao Líbano
Várias personalidades libanesas pediram neste domingo, durante a maratona de Beirute, a volta ao país do primeiro-ministro.
O ministro de Relações Exteriores, Gebran Bassil; a esposa do presidente libanês, Michel Aoun, Nadia Aoun, e outros políticos estiveram presentes na corrida, que, a pedido do governante, teve a tema "Queremos o retorno de Hariri".
Muitos corredores carregavam a bandeira libanesa ou cartazes com mensagens como "Queremos que o nosso primeiro-ministro retorne" ou "Corremos por você". A Agência Nacional de Notícias afirmou que 48 mil pessoas de 110 nacionalidades participaram do evento.
Aoun, que não ainda aceitou ainda a renúncia de Hariri, disse no sábado que as circunstâncias que cercam o pedido são "inaceitáveis e é necessário esclarecer". Alguns grupos políticos no país acusam à Arábia Saudita de reter Hariri contra a sua vontade em Riad e de ter forçado o pedido dele.
O canal libanês "Mustaqbal", que pertence à família de Hariri, anunciou que vai colocar no ar neste domingo à noite uma entrevista com o político, a primeira depois da renúncia.
A solicitação de Hariri feita da Arábia Saudita motivou nop sábado protestos contra o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, nas ruas de Trípoli, no norte do Líbano. Os manifestantes queimaram fotos do filho do rei, ação que gerou uma troca de acusações entre o ministro do Interior do Líbano, Nohad Machnouk, que questionou a presença das fotos nas ruas, e o ex-ministro de Justiça do país Achraf Rifi, que teme que "as relações amistosas e históricas com a Arábia Saudita" possam ficar prejudicadas.